domingo, 27 de março de 2011

NOVO ATAQUE! ATIVISTA GAY FOI AGREDIDO E NÃO RECEBEU PROTEÇÃO DA POLÍCIA, QUE ASSISTIU CALADA A AMEAÇA DE SKINHEADS!


MAIS UM CASO DE HOMOFOBIA!
Desde o ano passado, uma onda de agressões a homossexuais tem se destacado
em São Paulo. A maioria dos casos acontece na região da Avenida Paulista.
Nesse ano, o caso em que um menor, acompanhado por outros dois menores e um
maior de idade, agrediu um rapaz com uma lâmpada fluorescente virou destaque
nos noticiários do país inteiro.

Foi nesse contexto que, na madrugada desta quarta-feira, 23, o ativista do
movimento GLBT e militante do PSTU Guilherme Rodrigues foi agredido
covardemente por quatro skinheads na Rua Augusta, região central de São
Paulo. A violência aconteceu em frente a um posto de gasolina, na esquina da
Rua Peixoto Gomide e foi testemunhada pelos funcionários do local.

Guilherme, que é uma das lideranças que organizou o ato anti-homofobia, em
São Paulo, no dia 19 de fevereiro, parou para ajudar um casal que estava
sendo ofendido pelo grupo quando esses partiram para cima dele com
empurrões, socos e chutes. Os agressores são Willyan Hoffmann da Silva,
estudante; Vinícius Siqueli de Paula, operador de telemarketing; Daniel
Moura Fragozo, estudante; Milton Luiz Santo André, estudante. Um funcionário
do posto testemunhou e confirmou que Guilherme fora agredido por ser gay.

Passando pelo local, uma viatura da polícia parou, e o ativista resolveu
registrar Boletim de Ocorrência. A policial, Lucimeire Ribeiro de Sales, se
recusou a reconhecer a motivação homofóbica e tentou dissuadir a vítima de
abrir o Boletim de Ocorrência. *“Ela dizia ‘Tem certeza que quer ir pra
delegacia? Quando sair de lá é cada um por si’, dando a entender que eles
poderiam me pegar de novo”*, conta Guilherme.

Os skinheads não se intimidaram com a polícia e continuaram ameaçando. *“Eles
diziam que iam me pegar, que sabiam quem eu era, não pararam de me ameaçar
nem na delegacia, na frente da polícia”*, diz. Apesar de tudo, o BO foi
registrado. Foram consumados os crimes de lesão corporal (art. 129), injúria
(art. 140) e ameaça (art. 147). No entanto, a formalização da denúncia só se
deu pela persistência e coragem de Guilherme e não por que a polícia tenha
cumprido sua tarefa.

Outras irregularidades aconteceram, evidenciando o preconceito não só dos
criminosos, mas também da polícia. A vítima teve negado o direito a usar o
telefone. Durante o registro do BO, teve de dar seus dados, inclusive
telefone e endereço, no mesmo local onde se encontravam os skinheads,
ficando ainda mais vulnerável.

Na saída, foi liberado junto com os seus agressores. A mesma policial,
Lucimeire, se recusou a levá-lo, alegando que “tinha outra coisa a fazer”.
Guilherme teve de contar com a ajuda de amigos para ir embora. No dia
seguinte, ele foi ao IML, onde houve “constatação de lesão”.

Agora, Guilherme está sob ameaça, e os criminosos estão soltos, podendo
agredi-lo novamente a qualquer momento. *“Se qualquer coisa acontecer com
ele, quem vai ter que responder é a polícia, o governo do Estado, a
Secretaria de Segurança”*, afirmou Douglas Borges, da Secretaria Nacional
GLBT do PSTU. *“Essa policial que os levou à delegacia e os outros que
presenciaram o BO são cúmplices dessa violência, porque assistiram às
ameaças e não fizeram nada para garantir a segurança do companheiro”*,
disse.


Na segunda-feira, 28 de março, às 14h, Guilherme entregará o laudo do IML. *“A
ideia é reunir o maior número de pessoas possível na frente da delegacia,
transformar a entrega do laudo num grande ato de solidariedade e de revolta
por todas as agressões contra homossexuais”*, conclama Douglas. O movimento
GLBT luta, hoje, pela aprovação do Projeto de Lei 122/2006, que torna crime
a discriminação em função da orientação sexual, deficiência, idade ou gênero



Chamamos a todos os ativistas do movimento que participem da entrega do laudo do IML na segunda-feira, às 14h na 4º Delegacia de Polícia, na Rua Marques de Paranaguá, 246.

Por fim, queremos dizer que o Estado não reconhece os direitos dos LGBT, a segurança pública falhou e, portanto, só nos resta nos apoiarmos em nós mesmos, nos movimentos sociais combativos e na comunidade GLBT. Chamamos a todos os Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Heteros a adotarem uma postura vigilante, a denunciarem os casos de agressão e a intercederem em defesa dos direitos das minorias. O direito de autodefesa contra os ataques homofóbicos é legítimo! Devemos agir como grupo, como movimento social! Chega de
impunidade! Chega de silêncio!

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